Por: Jonas Carreira
Instagram: @jonascarreira13
O tempo passou desde que a presidenta Dilma foi afastada, Lula foi preso e Bolsonaro foi eleito. Depois de muitos acontecimentos, Lula voltou à presidência e muita coisa já aconteceu em relação a tentativas de golpe no Brasil, envolvendo o bolsonarismo e seu entorno militar. No entanto, a influência dos militares nos golpes e nas tentativas de desestabilização política vem desde o impeachment de Dilma.
Existe uma confissão pública de um militar de alta patente do Exército Brasileiro que afirma que o Exército esteve diretamente envolvido no golpe jurídico-midiático, nacional e internacional, que resultou na prisão de Lula em 2018. Esse período permitiu que o Brasil fosse governado por 4 anos sob uma gestão semelhante à das milícias que administram áreas controladas no Rio de Janeiro.
Tudo começou com a revelação das conversas obscuras entre juízes e procuradores de Curitiba, conhecidas como Vaza Jato. Foi durante esse período que surgiu a confissão surpreendente do ex-comandante do Exército, Gen. Eduardo Villas Bôas, em uma entrevista com o diretor do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas. Essa confissão foi posteriormente publicada no livro "General Villas Bôas: Conversa com o Comandante", editado por Celso Castro.
Nessa entrevista, o general explica como ele e outros generais do alto escalão do Exército elaboraram a postagem nas redes sociais do dia 3 de abril de 2018, na qual o Exército claramente pressionou o STF a não aceitar o habeas corpus feito pela defesa de Lula. O general afirmou, com suas próprias palavras: "Recebidas as sugestões, elaboramos o texto final, o que nos tomou todo o expediente, até por volta das 20 horas". Isso é uma confissão clara de que ele, como comandante do Exército na época, atuou diretamente em uma intervenção anticonstitucional em uma decisão exclusiva do poder judiciário.
Vemos, então, que o golpe foi uma construção de longo prazo, com figuras do alto escalão do Exército atuando ativamente, tanto no golpe geopolítico contra os governos petistas quanto na operação "Punhal Verde Amarelo". No entanto, culpar as Forças Armadas por todo esse retrocesso seria uma visão pouco estratégica no atual momento geopolítico. Existem militares golpistas e militares legalistas. A culpa, portanto, recai sobre a política! O tecido político brasileiro é o grande responsável por não debater o desenvolvimento da indústria militar e, consequentemente, o desenvolvimento educacional dos militares, tanto técnico quanto intelectual. Além disso, ainda permitimos que militares atuem dentro da política brasileira. Somando tudo isso, o centro de gravidade golpista da Lava Jato encontrou a instituição certa para instrumentalizar, uma instituição em crise moral e intelectual que abriu caminho para o êxito de uma guerra híbrida que ainda afeta o país.
Por: Jonas Carreira
Comentários
Postar um comentário