O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) pediu, nesta terça-feira (2), que órgãos de controle apurem a manutenção dos gabinetes parlamentares de Alexandre Ramagem (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), mesmo sem o exercício efetivo dos mandatos. A manifestação veio após a divulgação, pela imprensa, de que os três seguem com estruturas ativas e acesso integral às verbas de custeio.
De acordo com as informações publicadas, cada parlamentar pode utilizar até R$ 133.170,54 mensais em despesas de gabinete, incluindo contratação de assessores e funcionamento administrativo. Somados, os valores ultrapassam R$ 400 mil por mês, chegando a mais de R$ 4,8 milhões em um ano — sem contar custos indiretos como logística, estrutura física e reembolsos autorizados durante o período.
Zeca Dirceu classificou a situação como uma distorção do uso de recursos públicos e afirmou que o caso envolve princípios básicos da administração pública, como moralidade, eficiência e economicidade. Para ele, os valores direcionados aos gabinetes não retornam à sociedade, uma vez que os parlamentares não estariam exercendo suas funções legislativas.
O deputado argumenta que, enquanto o país enfrenta dificuldades para ampliar investimentos em áreas essenciais — como saúde, educação e programas sociais —, a manutenção dessas estruturas representa desperdício de verba pública. Ele também criticou a ausência de prestação de serviços legislativos por parte dos parlamentares envolvidos.
Diante da situação, Zeca Dirceu enviou requerimentos à Mesa Diretora da Câmara, solicitando encaminhamento à Direção-Geral, além de representar o caso junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Procuradoria-Geral da República (PGR). Entre as medidas propostas, estão a realização de auditoria interna, identificação de servidores lotados nos gabinetes, levantamento de pagamentos efetuados, análise de possível dano ao erário e suspensão das verbas até que haja exercício regular do mandato.
O parlamentar também afirmou que a manutenção das estruturas sem atividade legislativa contribui para o descrédito da política e compromete a confiança da população no Parlamento. Segundo ele, o Legislativo deve zelar pelo uso responsável dos recursos públicos e evitar práticas que possam ser interpretadas como privilégios indevidos.

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